segunda-feira, 25 de julho de 2011

O começo da minha eternidade

Meus dedos estão saltando pelo teclado, meus batimentos aumentaram ao lembrar que não estou fadado ao caos para o qual este mundo caminha e com muita urgencia preciso contar que...
 

Em uma noite silenciosa ao som de talheres e risadas de famílias que recebem hospedes José e Maria caminham pelas ruas de uma cidade desconhecida a procura de abrigo. Maria sentindo fortes e cansativas contrações, José esgotado pelo sentimento de impotência, um sentimento que para um chefe de família é o pior que pode existir, José não tem um teto para oferecer para sua esposa jovem e a alguns instantes de dar a luz. Varias portas se fecham ao notar que um homem sujo e cansado com uma moça pobre e grávida se aproximam. No céu um grande suspense, anjos inconformados com a falta de compaixão. O Grande Criador em silencio como quem já tinha visto tudo antes. Pastores caminham, reis caminham. Um Grande Evento marcaria a historia da humanidade. O Mal, aah o mal está em desespero, o Mal está com fortes ânsias. As estrelas dançam em um céu aveludado, todas disputam um lugar próximo da aquela que vai indicar O Lugar, um som diferente, um som de surpresa (sabe quando esperamos o aniversariante abrir a porta da própria festa surpresa? Todos os convidados contendo o riso, era mais ou menos assim que estavam os anjos) agora José avista uma casa grande e luxuosa, ah essa sim poderia abrigá-los, José se enche de esperança, o mordomo os recebe e os leva até o lugar que para O Filho Do Homem seria o mais apreciado, o mais humilde de toda a casa, o curral. O Filho Do Homem é de fato o Grande Rei, Maria agora tem dores fortes e José a leva no colo até o curral, José a acomoda as pressas e assim que despede o mordomo vai a procura de improvisar um berço.
   Com um pouco de vergonha pela julgada má estrutura encontra uma manjedoura um pouco suja, mas sem hesitar com um pano vai tirando a poeira rapidamente enquanto Maria se contorce e busca a mão de José para apertar. José ainda não tem tempo para sorrir, precisa terminar de ajeitar o berço.
   Esta noite o Menino nasce.
   Maria quer um abraço, ela quer apertar a mão de José, ela quer gritar, vai doer. Pronto, o berço está pronto. José se ajeita ao lado de Maria.
Os anjos se posicionam. Cordeirinhos, bezerrinhos, cabritinhos, todos em suspense, porque aquela moça sente tanta dor? Porque o homem está com tanto medo? O Grande Criador disse que daria certo. Então depois de um subito silêncio...
Ao longe se ouve um grito seguido de um choro, Ele nasceu.
   Na casa a família rica fica constrangida, seus hospedes importantes estão na sala de estar, todos disfarçando e fingindo não ter escutado o grito desagradável da indigente e do mendigo no curral, o mordomo com medo de ser punido.
   Nos céus os anjos não se contem em festa, louvores, o Pai se orgulhando da Coragem do Filho, O Espírito movendo os corações dos pastores, dos reis, de José e de Maria. O Filho frágil no colo de um homem que chora ao contemplar o tamanho daquelas mãozinhas, os olhos ainda nem se abrem, os pezinhos ainda com dedinhos como que grudados de tão miúdos. Maria muito cansada sorri em meio às lágrimas, entre o sono e a euforia José se inclina com o menino nos braços, Maria se ajeita para alimentar o Salvador, ela vai alimentar aquele que alguns anos mais tarde será punido pelos seus pecados.
Maria vai pegar no sono amamentando o menino.
   Até então o planeta Terra não havia sediado evento de tal grandeza.
A cada respirada do Menino os anjos tinham a certeza que seria um Grande Homem. A cada respirada, aquele Menino ficava mais perto de me dar a vida eterna, cada vez que lavava as mãozinhas antes de comer aquele Garotinho ficava mais perto de tê-las furadas para sempre.
Eu estava condenado até que após o primeiro choro aquele Menino respirou me trazendo a confirmação de que venceria a morte ressuscitando no terceiro dia.
Paro por aqui com lágrimas escorrendo no meu rosto e com um sentimento agradável de fracasso que estranhamente me faz sorrir.
   Estou convicto de que homem algum por mais imaginação que use, não poderá jamais descrever a grandeza desse dia.
   Eu tentei e estou satisfeito por um calor que sinto em meu peito com palavras que não saem, não consigo, são insuficientes, todas juntas não bastam.
   Renda-se, aceite a tua condição de insuficiência e receba a realidade de que você sozinho não pode salvar-se a si mesmo, assim você poderá com toda certeza sentir o mesmo que eu e concordar comigo que é indescritível.

3 comentários:

  1. Nossa.. fico imaginando a festa no céu q deve ter acontecido...
    Agradecer e procurar obedecer a esse pequeno menino q se tornou o Rei dos Reis acho q eh pouco...

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  2. A importância deste evento que acontece nas pressas realmente é indescritível, é assim que Deus faz, sempre de uma maneira que nunca entendemos pra que nos não pensemos estar no controle.

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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